A restauração dos recifes de coral não é apenas uma ação ambiental essencial, mas também uma oportunidade econômica para comunidades tradicionais. No Scream Festival 2024, Zé Pescador, fundador da ONG Prò-mar, destacou como pescadores e marisqueiras estão se tornando protagonistas na regeneração marinha e, agora, buscam transformar esse trabalho em uma fonte de renda sustentável.
“Hoje, essas meninas que mergulham e trabalham na regeneração dos corais estão criando um movimento para pagamento de serviços ambientais. A Secretaria de Meio Ambiente do Estado já está trabalhando nisso. O nosso objetivo é que esse trabalho também gere renda para as comunidades que vivem do mar”, afirmou Zé Pescador durante sua palestra.
A conservação como atividade profissional
A proposta de pagamento por serviços ambientais tem ganhado força em diversas partes do mundo e começa a ser estruturada na Bahia de Todos os Santos. A ideia é remunerar comunidades tradicionais pelo trabalho de regeneração e monitoramento ambiental, reconhecendo seu papel essencial na preservação dos oceanos.
O projeto já envolve pescadores e marisqueiras que realizam o plantio e acompanhamento de corais restaurados. Além disso, o trabalho exige habilidades como mergulho, conhecimento sobre os ecossistemas marinhos e técnicas de manejo sustentável, gerando capacitação profissional e novas oportunidades para os moradores da região.
O impacto da economia azul nas comunidades costeiras
A iniciativa de transformar a regeneração de corais em um serviço remunerado está alinhada ao conceito de economia azul, que busca equilibrar desenvolvimento econômico e preservação dos oceanos. Com o apoio da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, o objetivo é consolidar esse modelo como uma alternativa de renda para comunidades costeiras, que tradicionalmente dependem da pesca, cada vez mais ameaçada por fatores como a degradação dos ecossistemas e as mudanças climáticas.
Além dos benefícios ambientais e econômicos diretos, o projeto também fortalece o turismo sustentável na região, atraindo visitantes interessados em mergulhar e conhecer de perto os recifes restaurados. Essa nova dinâmica pode impulsionar setores como hospedagem, alimentação e passeios turísticos, criando uma rede de impacto positivo para a economia local.
Um novo futuro para quem vive do mar
A regeneração dos corais na Baía de Todos os Santos está se tornando um modelo inovador de preservação ambiental e inclusão social. Ao unir ciência, conhecimento tradicional e inovação, a iniciativa abre caminho para que a conservação dos oceanos seja reconhecida não apenas como uma necessidade ecológica, mas também como uma oportunidade econômica para comunidades que há séculos vivem e dependem do mar.