Fotografia/ Francisco Moreira e Gilberto Silva
O jingle, essa pequena melodia que gruda na cabeça e nos faz cantarolar por horas, passou por uma transformação gigantesca ao longo das décadas. Se antes ele era gravado em fitas cassete e tocava nas rádios, hoje ele invade nossos celulares através do TikTok, mostrando uma capacidade incrível de se adaptar aos novos tempos.
Essa evolução foi tema de um debate acalorado no Scream 2024, que reuniu três especialistas renomados: Moisés Solto, Marquinhos Carvalho e Luís Moreira. Eles compartilharam suas experiências, visões e até histórias curiosas sobre a trajetória do jingle, desde os primórdios até a era digital.
“Antigamente, para ter um jingle com a sonoridade de uma banda, você precisava ter a banda no estúdio, com baixo, bateria, guitarra, teclado… Hoje, a gente tem acesso a bibliotecas de sons que simulam qualquer instrumento com perfeição”, relembrou Moisés Solto, da Sagaz Sound Design, sobre as mudanças tecnológicas na produção.
Marquinhos Carvalho,da Bom para Caramba, também destacou a praticidade dos softwares de áudio: “Com a tecnologia atual, a gente consegue criar trilhas sonoras orquestrais completas, com todos os instrumentos que você imaginar, e um arranjo de jingle de banda soando de forma integrada”.
Mas não foi só a tecnologia que mudou. A forma como consumimos música e publicidade também se transformou, e o jingle acompanhou essa evolução. “O TikTok afetou muito a forma como a música é produzida hoje. As músicas encurtaram, têm no máximo 2 minutos e meio, e já entregam o refrão logo de cara”, observou Moisés Solto.
Essa mudança também se reflete nos jingles. “Hoje em dia, as agências pedem jingles de 1 minuto, mas também pílulas de 30, 15 e até 5 segundos para Stories e TikTok”, revelou Marquinhos Carvalho. “É preciso ser criativo para criar algo que funcione em formatos tão curtos”.
Luís Moreira, diretor operacional da Nova Brasil FM, ressaltou que o jingle continua sendo uma ferramenta poderosa na publicidade: “A música tem um poder incrível de criar conexões emocionais com o público. Um jingle bem feito pode marcar gerações e fortalecer a identidade de uma marca”.
O debate no Scream 2024 deixou claro que o jingle está mais vivo do que nunca, e que sua capacidade de se adaptar às novas tecnologias e formas de consumo é o que garante sua relevância na publicidade.