Dinho Júnior – Apresentador e Professor da ESPM
Durante o ESPM Day Salvador, Dinho Junior, conhecido por sua atuação no rádio e seu impacto positivo nas discussões sobre saúde mental, ética digital e responsabilidade social, compartilhou suas reflexões sobre a influência dos influenciadores digitais na sociedade. Em uma entrevista com o SCREAM, Dinho discutiu a importância de manter uma atuação ética e autêntica no ambiente online, e como isso pode impactar positivamente a sociedade.
A Internet como Extensão da Vida Real
Dinho Junior acredita que a influência exercida no ambiente online deve estar intimamente ligada à vida real. Para ele, a internet funciona como um “megafone”, amplificando as ações e valores que praticamos fora das telas. “A internet não deve ser dissociada da vida real,” afirma Dinho, ressaltando que o papel de um criador de conteúdo deve refletir a ética, a responsabilidade e os valores mantidos em sua vida pessoal.
Ele destaca que, mesmo que um influenciador adote um personagem online, a verdadeira autenticidade é o que prevalece. O ambiente digital foi criado para facilitar a conexão entre as pessoas, e a forma mais eficaz de estabelecer essa conexão é através da verdade. “Não dá para impactar positivamente se você não faz isso fora da tela,” diz Dinho. Esta visão reforça a importância de uma atuação consciente, mostrando que o impacto social gerado pelos influenciadores depende da coerência entre suas vidas online e offline.
Desafios Éticos Enfrentados pelos Influenciadores
Dinho também abordou os desafios éticos enfrentados pelos influenciadores digitais. Em um cenário de crescente competição, ele observou dois dilemas principais: a limitação criativa imposta por formatos repetitivos e o assédio financeiro de empresas que priorizam o lucro sobre a ética.
Um dos maiores desafios é a pressão para adotar formatos repetitivos que garantem visibilidade em um mercado saturado. Dinho comenta, “A real é essa. Então, a concorrência é gigantesca.” A repetição de bordões e formatos pode entrar em conflito com a ética pessoal do criador, prejudicando sua satisfação e autenticidade. Dinho defende que os influenciadores devem buscar um equilíbrio entre destacar-se e manter uma abordagem criativa genuína que reflita sua verdadeira identidade.
Outro dilema significativo é o assédio financeiro de empresas que oferecem altos valores para divulgação, muitas vezes sem considerar o impacto na comunidade do influenciador.
Dinho critica a prática de empresas que utilizam influenciadores apenas como uma ferramenta para expandir seus lucros, ignorando os princípios éticos e a conexão real com os seguidores. “O assédio pelo dinheiro fácil dessas empresas… é um dos pontos principais,” alerta ele. A solução, segundo Dinho, é que os influenciadores mantenham a integridade em suas parcerias comerciais, garantindo que estas estejam alinhadas com seus valores e não comprometam a confiança que construíram com sua audiência.
Conclusão
Os desafios éticos enfrentados pelos influenciadores digitais são complexos e multifacetados. A limitação criativa e o assédio financeiro são apenas dois exemplos das questões que podem surgir em um ambiente competitivo e lucrativo. Para navegar essas questões, é fundamental que os influenciadores mantenham um compromisso com sua autenticidade e ética, garantindo que suas ações e parcerias reflitam seus valores e respeitem a audiência.
Dinho Junior oferece um importante lembrete: a integridade e a ética não devem ser sacrificadas em nome do sucesso financeiro. Manter uma conexão genuína e verdadeira com os seguidores deve ser uma prioridade para qualquer criador de conteúdo que deseja ter um impacto duradouro e positivo no mundo digital. Seu discurso no ESPM Day Salvador reforça a responsabilidade dos influenciadores como agentes de impacto social positivo, destacando a importância de equilibrar ética e autenticidade para promover o bem-estar coletivo e uma influência verdadeira em suas comunidades.